Festas juninas aumentam número de acidentes com fogos de artifícios

Uma em cada dez pessoas que manuseia fogos de artifício sem o devido cuidado tem um de seus membros superiores amputados

Junto com o mês de junho chegam as tradicionais festas juninas e quermesses. E um dos ingredientes que fazem parte desses eventos são os fogos de artifícios. Rojões, bombinhas, estalinhos, e todos os demais artefatos que iluminam as festas podem também gerar um problemão quando não são manuseados da forma correta e segura.

“É preciso ter muito cuidado com essa atividade. É importante saber manusear e seguir corretamente o protocolo indicado na embalagem do material. Caso contrário, as consequências podem ser irreversíveis”, alerta o ortopedista Paulo Marcel Yoshii, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Mão e especialista no tema.

Dados recentes da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia apontam que uma em cada dez pessoas que manuseia fogos de artifício sem o devido cuidado tem um de seus membros superiores amputados. Mas há ainda casos de outras sequelas, algumas mais graves. Os fogos também podem provocar queimaduras, lesões nos olhos, surdez e, em casos mais extremos, levar à morte. “São bastante comuns nestes casos a amputação de dedos ou até mesmo da mão. E uma explosão mal calculada pode comprometer inclusive antebraço e braço. Lesões desse porte podem impedir, inclusive, a pessoa de levar uma vida normal”, reforça o ortopedista de Londrina.

Para piorar, as estatísticas revelam que pelo menos um quarto das mortes ocorridas foram de crianças entre 0 e 14 anos. “Em hipótese alguma se deve permitir o acesso de menores de 18 anos a qualquer tipo de fogos de artifício, tampouco associá-lo ao uso de bebidas alcoólicas”, orienta Yoshii.

O correto é ficar atento à segurança na hora de “segurar o rojão”. Prenda-o em uma armação, cerca ou muro. Procure um local seguro para soltá-los, nunca embaixo de caixas ou latas. Jamais carregue bombinhas no bolso e ao guardar fogos em casa, mantenha-os em local seco, longe de fogões, isqueiros e do acesso de crianças.

Em caso de acidente, o ortopedista orienta a procurar o serviço de saúde mais próximo, para atendimento médico adequado. “Se possível, lave o ferimento com água corrente, evite tocar na área queimada e não use nenhuma substância sobre a lesão – como manteiga, creme dental, clara de ovo e pomadas”, recomenda.

Dicas para soltar fogos de artifício:

– Participe de queimas de fogos públicas, pois são mais seguras;

– Só compre fogos de artifício em lojas especializadas e certificadas;

– Escolha artefatos menos explosivos e de fácil manuseio. Não se esqueça de conferir o certificado de garantia e validade do produto;

– Opte por artefatos que venham com a base de encaixe para ser fixados no chão;

Fogos de artifício ao ar livre:

– Fique a uma distância de 30 a 50 metros do local;

– Certifique-se que não existam substâncias inflamáveis ou rede elétrica nas proximidades;

– Nunca faça experiências ou modifique os fogos de artifícios.

– Crianças devem sempre ficar longe dos artefatos.

O que fazer em caso de acidente?

– Acione o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193 ou o SAMU pelo 192;

– Lave queimaduras com água fria ou soro fisiológico e envolva com um pano úmido.

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