O cisto sinovial é um nódulo, semelhante a um caroço. Ele leva esse nome porque é formado pelo líquido sinovial proveniente de uma articulação ou tendão. Este cisto surge de forma repentina, sempre em alguma articulação do corpo, mas é mais frequente nas mãos e nos punhos. Não há um tamanho padrão, podendo ser como uma ervilha ou com as dimensões de uma bola de golfe.
É o tumor mais frequente na mão, representa em torno de 70% de tumores moles encontrados nesse segmento do corpo, geralmente localizado próximo de uma articulação ou tendão. A etiologia do cisto sinovial ainda não está inteiramente clara, mas, do ponto de vista histológico, pode ser considerada uma lesão degenerativa do tecido conjuntivo. Na verdade, ainda se discute muito sobre a origem do cisto, havendo hipóteses de etiologia traumática, degenerativa e idiopática.
As mulheres são mais acometidas, em uma proporção de 2 por 1, 3 por 1, sendo a maior incidência entre os 20 e 40 anos de idade. No entanto, pode ser encontrado tanto em crianças como em pacientes idosos, com mais de 80 anos.
Os locais mais frequentes de desenvolvimento do cisto sinovial são o dorso do punho (ligamento escafossemilunar – 61%), a região volar do punho (ligamento ecofotrapezoidal – 20%), especialmente no lado radial, e a bainha dos tendões flexores (10%). Mas, como já mencionado, pode ocorrer próximo de qualquer articulação ou tendão, ou até mesmo intra-ósseo.
Pacientes com diagnóstico de tendinites, artrose e lesões traumáticas têm tendências de desenvolverem este cisto, que surge como uma bolinha palpável que pode ou não provocar dor. Tanto o tamanho como a dor podem aumentar conforme o paciente utilize as mãos e os punhos. Sobrecarga de peso ou exigência vai aumentar o cisto. Há casos mais extremos em que a região no entorno do nódulo pode inchar e ficar desfigurada.
No caso do cisto sinovial na mão ou punho, o tratamento pode ser a compressão com uma tala para imobilização, drenagem do líquido, fisioterapia ou mesmo cirurgia.
Clinicamente, o cisto sinovial é, na maioria das vezes, assintomático. E o que leva o paciente à consulta é a motivação estética ou a necessidade de esclarecimento do diagnóstico. Ocasionalmente, o paciente pode queixar-se de dor, especialmente quando faz a extensão do punho com a descarga de peso. Excepcionalmente pode haver sintoma de compressão nervosa ou vascular. Ao exame físico, encontra-se uma massa física e palpável, de volume e consistência variados, não aderente à pele e normalmente indolor.
A radiografia é normal, exceto nos casos de cisto sinovial intra-ósseo e naqueles associados a degeneração osteoartrítica.
A regressão espontânea do cisto pode ocorrer em muitos casos, e como não se trata de uma lesão maligna, o paciente é orientado quanto ao prognóstico da lesão e aconselhado a aguardar a evolução, pois a cirurgia tem seus riscos, e as vezes é melhor não operar.
Quando o paciente deseja tratamento, ou nos casos sintomáticos, pode ser realizada uma aspiração, seguida de injeção de corticoide ou uma substância esclerosante. Porém, esse é um procedimento controverso, e com alta de recidiva.
Outro procedimento que pode ser realizado e com melhor prognóstico quanto à recidiva, mas ainda com índices de recidiva entre 40% e 50%, é a ressecção cirúrgica, que, se realizada, não deve ter a cápsula suturada.